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terça-feira, 19 de julho de 2016

Padeci sem saber

Incrível, né? ...mas definitivamente a gente não escolhe de quem vai gostar. Me peguei lembrando da segunda vez que fui no apto dela. Do beijo de saudade que nos demos quando nos reencontramos. Memorável. É tão estranho, mal conhecer uma pessoa e já sentir a sua falta. E tão raro...

Lembrei também de como velei seu sono, nas poucas vezes que dormimos juntos. Talvez entorpecido por uma sensação transbordante, que não deixava o sono chegar. Inexplicável. Teria sido apenas uma simples admiração? Acho que não. Se mostrava nas tantas vezes que eu me lembrava dela. Sabe, quando é mais de uma vez por dia? Pois é...

É verdade que me afastei. Mas foi para ver o quanto ela estava envolvida comigo. Pelo que vi, pouco ou quase nada... Afinal, foi eu quem tentou um novo contato, algumas semanas mais tarde. Sem sucesso.

Mesmo assim hoje, novamente esqueço meu orgulho. Não há porque botar tal raso sentimento na frente de algo significativo e edificante. Afinal, se escrevo lembrando dela, depois de apenas três encontros em meados de abril, é porque algo de bom, vez em quando, insiste em voltar à tona. Não é por nada que ainda me questiono, não sabendo exata e realmente no que somos tão diferentes a ponto de não valer a pena. Diferenças por ela logo constatadas, não a mim reveladas. Mas e será mesmo?!? Não pode ter sido só a distância... Fiquei sem saber...

Invariavelmente, não posso convencer ninguém a gostar de mim. Apenas não entendi porque nos afastamos, nem mesmo mais nos falamos. Não fiquei suficientemente convencido pra olvidá-la. Vai ver, foi isso. Também, não pode ter sido bom somente pra mim... Será que meu erro foi ver muito onde não havia nada? Foi o que pareceu... E assim, sem saber padeci.

terça-feira, 5 de julho de 2016

O vazio virtual


Virtual: Suscetível de existir. Indo para o dicionário, achamos algo para definir as relações do século 21. Sim! Estamos no futuro. Onde tudo é descartável. Inclusive, as relações. A definição de virtual mencionada resume bem a maioria das relações iniciadas virtualmente. Elas são apenas suscetíveis de existir. A grande maioria morre na casca. A facilidade para se achar alguém é a mesma para se tomar um pé na bunda, sem explicação. Eis que me questiono: Estou tentando me relacionar com pessoas “virtuais” vazias?!?

Costumo refletir que sou o mesmo, tanto pessoal, quanto virtualmente. E acho engraçado, se ouço, que contatos virtuais são invasivos, quando ainda não se conhece pessoalmente a pessoa. Desculpe lhe dizer, mas o seu mundo, ainda que de mentira, está sendo mostrado, quer você goste, ou não. E a interação é algo inevitável, a não ser que você mude suas configurações de privacidade e se feche num casulo virtual (como numa casa de espelhos).

O pior é que ninguém está assumindo o que realmente é. Há avatares andando nas ruas também. Isso é preocupante. Digo mais: há falta de coragem nas pessoas. Creio que, tampouco, estamos sendo sinceros nas nossas relações, principalmente com o que não nos agrada. Somos hipócritas. E me pergunto: o melhor não seria colocar a merda no ventilador? Assumir que curte porn gifs, ou que manda nudes? Num futuro próximo, espero que todos, independentemente de sexo, identidade de gênero ou orientação sexual, possam mostrar quem realmente são, sem se preocupar com que preconceitos infundados influenciem seu comportamento. Acho perfeito quando as pessoas se juntam, emponderando-se e enconrajando-se a mostrar o que realmente são. Só assim seremos felizes.

Voltando a falar de mim, não estou mais com tanto medo de ser repudiado, ou mesmo expelido da normalidade da maioria. Sou cada vez mais meu eu verdadeiro. Isso vem com os anos, é claro, e muita reflexão. Assumo o que realmente gosto, independentemente da aceitação dos outros, tão necessária quando somos imaturos. Temos que saber relevar a opinião dos outros. Tudo o que é diferente, causa estranheza aos normais. Apenas agradeça por não ser um deles. Ser normal deve ser tão chato. E ser diferente é tão bom...